Quais são os perigos de tomar remédio sem prescrição médica?

Paulo Camiz: Os perigos são inúmeros e irão variar de acordo com a medicação e a quantidade ingerida. Nesse caso, deve-se estar atento principalmente a faixa etária geriátrica, que está sujeita a uma gama maior de efeitos adversos e desfechos desfavoráveis.

 

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Existem remédios que podem ser tomados, de maneira segura, sem prescrição médica?

Paulo Camiz: Não. Nem com prescrição médica e muito menos sem a mesma. O que existem são remédios que podem causar menos efeitos adversos que outros.

 

Usar remédios indiscriminadamente pode piorar o problema?

Paulo Camiz: Sem dúvida. Principalmente se a causa do problema é desconhecida (o que frequentemente é regra e não a exceção).

 

Tudo bem tomar remédios fitoterápicos indiscriminadamente e/ou sem prescrição?

Paulo Camiz: De forma alguma. Esse é um ponto muito importante. Não é porque se trata de um fitoterápico, ou seja, de um produto de origem vegetal, que ele é benéfico. Deve-se lembrar que a maconha e a cocaína tem origem vegetal e poderiam ser considerados fitoterápicos. Se algum produto, qualquer que seja a sua origem (“natural” ou sintética), possui um efeito terapêutico, tenha a certeza que ele também possui efeitos colaterais e interações medicamentosas. Sendo um produto de origem “natural” simplesmente nos dá a falsa sensação de que é isento de efeitos adversos mas, trata-se de um remédio como qualquer outro e, por ter efeitos colaterais e interações medicamentosas  desconhecidas, exige cautela ainda maior.

 

Remédios populares, como a aspirina, podem causar problemas à saúde mesmo se tomados uma única vez?

Paulo Camiz: Sim. A aspirina faz parte de uma classe de remedis conhecida genericamente como antiinflamatórios não hormonais. Dependendo da dose que for utilizada poderá gerar efeitos colaterais em maior ou menor intensidade. Os principais efeitos são: agressão a mucosa gastrointestinal (podendo causar úlceras), antiagregação plaquetária (conhecido popularmente como “afinar o sangue”), predispondo o indivíduo a eventos hemorrágicos, lesão renal e aumento de pressão arterial.

 

Como uma pessoa pode saber se está abusando da automedicação e até mesmo ficando hipocondríaca?

Paulo Camiz: Algumas características: preoucupação excessiva com aalguma doença presumida, crença persistente na presença de alguns sintomas, recusa persistente em aceitar a freqüente afirmativa dos médicos que não há nada de grave ocorrendo com a sua saúde. Esses sintomas devem ser suficientemente graves para prejudicar a qualidade de vida daquele indivíduo e fazem com que ele procure frequentemente pelo médico mas, nem sempre (quase nunca) seguindo suas orientações.

 

Emplastros e analgésicos em spray, como o gelol, podem ser aplicados sem prescrição médica?

Paulo Camiz: Podem. Não há restrições da ANVISA sobre tais medicações.

 

E quanto aos remédios homeopáticos, eles podem ser tomados sem orientação médica?

Paulo Camiz: Não saberia dizer… Nunca prescrevi medicações dessa classe… De qualquer forma, posso dizer que não seria recomendável, até mesmo pela forma de aplicação da medicina homeopática.

 

Qual é o perigo de tomar analgésicos para dor de cabeça e enxaqueca indiscriminadamente?

Paulo Camiz: São vários. Primeiro mascarar algo maior que não foi investigado ou avaliado pelo médico. Além disso, pode gerar uma perda progressiva do efeito analgésico e a uma cronificação da cefaléia, que muda de características a e passa a se manifestar quase que diariamente. Isso sem entrar no mérito dos efeitos colaterais específicos das medicações que foram utilizadas.

 

Qual é a recomendação quanto aos relaxantes musculares? Eles podem ser usados sem prescrição?

Paulo Camiz: Boa parte deles sim. Minha recomendação é para que sejam utilizados com conhecimento, orientação e acompanhamento do médico. Alam de causar uma “moleza”, fazendo com que o paciente se sinta muitas vezes fraco, essas medicações frequentemente também são causadoras de sonolência. Não é incomum, receber em meu consultório pacientes (principalmente idosos) com queixas de tontura e com histórias de quedas (um grande problema na faixa etária geriátrica), cuja causa eram os relaxantes musculares.

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